Pular para o conteúdo principal

E se fosse VOCÊ? - Mês da Consciência Negra

Outro dia fomos convidados a expor em um evento para educadores sobre infância e perspectivas afro culturais na UEL (Universidade Estadual de Londrina), quando as crianças de uma escola vieram nos visitar. As crianças com sua alegria e curiosidade passavam os olhos pelos livros na pressa de correrem para o pátio, até que algo aconteceu... Um menino pausou seus olhos sobre um livro e começou a ler sem se importar com a saída da turma. Sem dizer nada ele se manteve em frente ao livro até que a professora permitiu que ficasse lendo e ela o buscaria mais tarde. 

Estava um burburinho, mas ele, sentado em sua cadeira não levantava os olhos da leitura. 

Ficamos observando a cena impressionados como foi a identificação dessa criança com o livro.

Vivemos esta cena na última sexta-feira, durante a feira de livros no CECA na UEL, a convite do professor Dr Rovilson e da Professora Dra Greice. O livro que a criança pegou na mão e se sentiu representado, era o 'E se fosse você', de Anete Lacerda com ilustrações lindas e emocionantes de Fernando Fernandes que retrata uma lágrima escorrendo no rosto de uma criança negra.

Sem que a criança precisasse abrir nenhuma página, aquele livro tocou seu coração já pela capa. O título do livro ficou martelando na mente: "E se.....". 

E se vivêssemos em um mundo onde a cor de pele realmente não importasse?

E se as famílias tivessem oferecido informação em casa antes de irem para a escola, a criança não teria se identificado com o desenho da capa? 

Onde começa a dor desta criança? Dentro ou fora da escola? Por que a capa o tocou dentro daquele monte de livros do mesmo tema, com capas muito mais coloridas? 

Na Ciranda sempre tivemos em nosso acervo os temas de diversidade e empatia, mas este mês com muito mais afinco, pois se comemora a consciência negra. Essa luta também é nossa.  Nossa curadoria sempre busca por obras sobre e de protagonistas negros. Em nossas prateleiras ampliamos o discurso antirracista para as crianças e famílias.

Inspirados por essa cena que vivemos na semana passada convidamos a professora e contadora de histórias Gilza Santos, @espiculas_de_historias, a fazer uma live para conversarmos sobre o assunto e mostrar como a literatura infantil é um aliado na discussão deste tema tão atual e necessário. Será dia 12, sábado, às 13:30h.



E abaixo, segue o livro que inspirou nossa história de hoje:




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Coleção de livros Diário de um Banana - pré-venda da edição 17

Os fãs de Diário de um Banana estão por todo o país e colecionam essa histórias que conquistaram pré-adolescentes de todos os cantos. Ao longo das edições temas do dia a dia são abordados, como a relação com os amigos, a situações na escola, a momentos de família, também fala de medos, inseguranças, conflitos e todos os assuntos que envolvem a vida “nada fácil” de um garoto nessa idade.  Se você conhece a Ciranda, sabe que somos uma das maiores livrarias de rua de Londrina, ou seja, por aqui você encontra os mais diversos livros - de vários idiomas - e, inclusive, a coleção do Diário de um Banana. Está em pré-lançamento em todo o país o Diário de um Banana Fräwda MegaXeia 1 7, da VR Editora. Divulgamos no nosso site e para nossa lista exclusiva de Whatsapp a pré-venda.  Garanta seu livro aqui E o restante da coleção Diário de Um Banana você encontra neste link.

Comemoração de 4 anos da Loja Ciranda no novo endereço

  No dia 23 de junho comemoramos com alegria uma grande conquista da Loja Ciranda que foram os 4 anos da reinauguração no novo endereço da Rua Hugo Cabral, 656, na emblemática casa feita pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas . Coincidência (ou não), é o mesmo dia do aniversário deste artista que projetou a casa. Hoje, se estivesse vivo, completaria 107 anos. Croqui da casa - 1952 Endereço da rua Hugo Cabral,656 em 1952 “Admiro os poetas. O que eles dizem com duas palavras a gente tem que exprimir com milhares de tijolos”, já dizia Artigas, que foi um dos grandes nomes da Escola Paulista de Arquitetura Modernista e desenvolveu esta casa em 1952 para a família de Milton Menezes viver. Ele, então prefeito de Londrina, foi o responsável por trazer arquitetos modernistas, como Artigas e Burle Marx, para a cidade. > Confira este livro com desenhos de Vilanova Artigas, A Mão Livre do Vovô. > Brincando de Engenheiro - o brinquedo que ultrapassa gerações. Artigas projetou outr...

Conversando com os filhos sobre racismo

 A conversa sobre o racismo, as cores de pele que são diferentes em cada um e todas a questões raciais são extremamente importantes de serem abordadas desde que a criança é pequena. Pode ser difícil e delicado tocar neste assunto mas, acredite, evitar o tema pode gerar constrangimento da própria criança no futuro. Ontem, dia 20 de novembro, foi o Dia da Consciência Negra, e aqui na Ciranda nós fizemos uma live com a Gilza Santos, da @espiculas_de_historias para contar mais sobre livros e como abordar o tema. Confira: Nós também nos inspiramos e encontramos um artigo super bacana da Unicef informando como falar com as crianças sobre racismo em cada idade. De acordo com o artigo, a recomendação é: Falando sobre racismo com crianças menores de 5 anos Nesta idade, é importante reconhecer e comemorar as diferenças. Quando a criança perguntar sobre a diferença de tom de pele, é a oportunidade para apontar o que não é igual em todo mundo, mas reiterar que, no fim, somos todos iguais. Enc...